5.5.11

uma descida no Maelstron

“A Descent into the Maelström” é um conto de estilo fantástico de Edgar Allen Poe. Conta a visita do narrador a um pico na costa norueguesa, província de Nordland, de onde se avista um redemoinho de proporções gigantescas (uma milha de diâmetro), chamado Moskoe-ström, e a história do guia do narrador, um pescador que já havia enfrentado e sobrevivido ao redemoinho. O que há de curioso e original no conto é a construção da história em torno de um fenômeno natural ao mesmo tempo grandioso e permanente, como um furação com endereço próprio ou um vulcão em erupção ininterrupta.
O pescador e seus dois irmãos sempre pescavam nas proximidades do redemoinho (área mais rica em cardumes), mas só cruzavam seu perímetro nos breves intervalos de inatividade, que duravam cerca de quarenta minutos. No dia em que não foram capazes de atravessá-lo no tempo previsto – por conta de um furacão que parece ter vindo visitar o redemoinho... – foram engolidos pelas águas e começaram a girar aceleradamente em direção ao vértice do Moskoe-ström, de onde nada saía com vida. O pescador conta toda a agonia da descida, a morte dos irmãos, a perda do barco, e a inesperada salvação, ao prender-se a um objeto cilíndrico, os que mais custavam a afundar em direção ao centro.
Mais do que a aventura em si do pescador, o misto de pavor e admiração com que foi tragado pelas águas, a maneira como sobreviveu, e o impacto que o tornou imediatamente velho e grisalho, o que agrada no conto são as descrições da costa norueguesa e do próprio redemoinho. Como o impacto que o narrador tem ao avistar de cima o círculo imenso e incontrolável:
“The edge of the whirl was represented by a broad belt of gleaming spray; but no particle of this slipped into the mouth of the terrific tunnel, whose interior, as far as the eye could fathom it, was a smooth, shining, and jet-black wall of water, inclined to the horizon at an angle of some forty-five degrees, speeding dizzily round and round with a swaying and sweltering motion, and sending forth to the winds an appalling voice, half shriek, half roar, such as not even the mighty cataract of Niagara ever lifts up its agony to Heaven.”

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